Na fase de transição entre a fase reprodutiva e a menopausa, chamada de climatério, é comum que a mulher perceba mudanças no seu corpo, por exemplo: calores (fogachos) na face e colo; ressecamento de mucosas, em especial na vagina; há perda da massa óssea, o que pode levar à osteoporose; insônia e redução da libido. Esses sintomas são decorrentes da redução dos hormônios circulantes, em especial do estrogênio e da progesterona.
Existem diferentes tratamentos para esses sintomas e a terapia hormonal, ou seja, o uso de medicações que contêm estrogênio e progesterona, é um deles com melhoras significativas da maioria dos sintomas do climatério e menopausa.
Se por um lado, observamos benefícios para a mulher com sintomas nessa fase, por outro, devemos ter atenção sobre os possíveis efeitos das medicações. Estudos mostram que as mulheres que recebem a terapia hormonal apresentam risco maior para o desenvolvimento do câncer de mama. Um questionamento muito frequente no consultório é: qual o aumento do risco para o câncer de mama associado a terapia hormonal? Segundo um trabalho científico bastante conhecido, na população de mulheres que NÃO fizeram a terapia hormonal existem 30 casos de câncer de mama por 10.000 mulheres/ano, ao passo que nas mulheres que receberam a terapia hormonal combinada (estrogênio e progesterona) foram identificados cerca de 37 casos de câncer de mama por 10.000 mulheres/ano. Portanto, a terapia hormonal combinada esteve relacionada ao desenvolvimento de 7 casos de câncer de mama por 10.000/ano.
A decisão de iniciar ou não a terapia hormonal deve ser individualizada, pesando risco e benefício da medicação e compartilhada entre médico e paciente.
Vale lembrar que mulheres que tiveram câncer de mama não devem fazer uso da terapia hormonal, independentemente de qual tipo histológico e perfil molecular: luminais, triplo negativo ou HER-2.